A Mulher na Medicina Tradicional Chinesa

Existem duas energias opostas na filosofia chinesa, conhecidas por Yin e Yang. A mulher representa a parte YIN destas energias. Ela possui mais energia (Qi – Espírito) e menos Sangue (Xue – matéria).

A natureza do Yin é sutil e suave mas, se não a compreendemos, ela se torna ameaçadora, um profundo mar de dúvidas e angústias, incontrolável e inexplicável racionalmente. Por isto, ao longo das épocas, o semblante da mulher foi associado a figura do mal, da bruxa do obscuro.

E o que não pode ser cógnito pela clareza da mente torna-se uma ameaça constante.

O Tian Gui (substância necessária à promoção do crescimento, desenvolvimento e função reprodutora do corpo humano) é derivado do Jing do Rim. É a essência geradora que faz as mulheres se tornarem férteis.

O primeiro capítulo do Su Wen fala: “Para a mulher, a energia dos rins se torna ativa quando ela faz sete anos, quando os rins determinam a condição dos ossos”; “Quando a menina alcança os quartoze anos (2×7), o Tian Gui chega, o Ren Mai começa a ser posto a prova, o Chong Mai se torna próspero, a menstruação começa e ela é capaz de conceber.

Diferentemente no caso dos homens, diz quando um rapaz tem 16 anos, o Qi do Rim é forte, o Tian Gui chega, sua função reprodutora inicia porque seu esperma é ejaculado, significando que Yin e o Yang estão em harmonia e ele se torna fértil. Portanto, Tian Gui é a essência que permite às mulheres engravidar e aos homens fertilizar.

Para a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), não é admissível que uma mulher gaste o que ela tem de mais nobre, neste caso, seu Yin, para obterem simplesmente seu ordenado.

Para a MTC, a mulher deve ser protegida e ensinada a usar sua sabedoria inata para ser, desde criança, uma mestra que saiba disseminar uma sociedade mais justa, baseada no Tao, isto é, no Caminho da Vida.

Somos mulheres todos os dias, nossa objetividade no discernimento, na capacidade de organização, no senso estético, na memória e na capacidade de relacionamento são características inatas do nosso ser “MULHER”.